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Criança Quase Morre por Homeopatia: O Que Podemos Aprender com Isso?


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A homeopatia continua a ser uma das terapias alternativas mais populares nos Estados Unidos, movimentando cerca de três bilhões de dólares anualmente. No entanto, como destaca o Dr. Michael Greger, a falta de evidências científicas que sustentem sua eficácia levanta questões importantes sobre sua segurança e validade. E se a homeopatia não fosse apenas ineficaz, mas também potencialmente perigosa? Um caso relatado no European Journal of Pediatrics sugere que essa possibilidade deve ser levada a sério.


O Caso Chocante de Uma Criança Quase Morta por Homeopatia


O relato publicado na respeitada revista médica europeia descreve um caso alarmante: uma criança que sofreu uma grave acidose metabólica e quase perdeu a vida após o consumo excessivo de um remédio homeopático. A princípio, uma overdose de homeopatia pode parecer uma contradição, já que esses produtos frequentemente contêm apenas quantidades infinitesimais (ou nenhuma) da substância ativa. No entanto, há um fator crítico que muitos ignoram: os excipientes.

Muitos comprimidos homeopáticos são formulados com xilitol, um adoçante artificial com propriedades laxativas. Em adultos, o consumo excessivo pode causar desconforto intestinal. Em crianças pequenas, no entanto, a diarreia intensa resultante pode levar rapidamente a uma desidratação severa e a um perigoso desequilíbrio metabólico. Foi exatamente isso que aconteceu neste caso, levando a criança à UTI.


A Ilusão da Inocuidade da Homeopatia


Esse episódio ressalta um erro comum: presumir que, por ser "natural" ou conter concentrações mínimas de ingredientes ativos, a homeopatia é inofensiva. Embora muitos de seus produtos não tenham efeitos terapêuticos reais, seus componentes podem causar reações adversas inesperadas, especialmente em populações vulneráveis como crianças e animais domésticos.

Outro problema é que a crença na homeopatia pode retardar ou substituir tratamentos médicos baseados em evidências. Uma criança doente pode não receber o tratamento adequado porque os pais acreditam que o remédio homeopático será suficiente. Isso pode agravar ainda mais condições médicas tratáveis, transformando um problema menor em uma emergência.


Conclusão: O Que Podemos Aprender?


O caso desta criança é um alerta sobre os riscos potenciais da homeopatia, não apenas em termos de sua eficácia questionável, mas também de segurança. É essencial que pais, cuidadores e profissionais de saúde compreendam os perigos dos excipientes e da substituição de tratamentos convencionais por terapias sem comprovação científica.

Como consumidores, devemos questionar produtos que prometem curas milagrosas sem evidências concretas e priorizar a segurança e o bem-estar, especialmente quando se trata de crianças.


Referências: Wille D, Hauri-Hohl M, Vonbach P, Tomaske M, Padden B, Bernet V. Demasiado pouco: xilitol, um gatilho incomum de uma acidose hiperclorémica metabólica crônica. Eur J Pediatr. Dez 2010; 169 (12): 1549-51. Disponível em: PubMed.

 
 
 

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